Chefchaouen: a cidade azul marroquina
Viajar até Chefchaouen é como entrar num postal pintado à mão — mas em movimento. Aninhada entre as montanhas do Rif, no norte de Marrocos, esta pequena cidade encanta à primeira vista. O azul está por todo o lado: nas paredes, nas portas, nas escadas, nos detalhes que parecem saídos de um sonho. Mas Chefchaouen é mais do que cor — é atmosfera. É o silêncio que paira nas manhãs lentas, o cheiro do pão acabado de cozer, o som do chamamento para a oração a ecoar entre as ruelas estreitas. Foi um dos lugares onde mais abrandámos nesta viagem. Aqui, o tempo dilui-se com a luz suave da serra, e nós, sem pressa, deixámo-nos levar por ele.
Índice
- Como chegar a Chefchaouen?
- Onde dormir na cidade azul?
- O que ver e fazer em Chefchaouen?
- Por que razão são azuis as casas de Chefchaouen?
- Gastronomia local: onde e o que comer
- Dicas práticas para visitar
- O que visitar perto de Chefchaouen?
- Como gerimos o dinheiro durante a viagem?
- E como ficamos ligados?
- Tours com a GetYourGuide
Como chegar a Chefchaouen?
Chefchaouen não tem aeroporto, mas é fácil lá chegar a partir de várias cidades marroquinas:
- Desde Tânger: a forma mais comum. São cerca de 2h30 de estrada. Há autocarros da CTM ou viagens partilhadas por grand taxi.
- Desde Fez: leva cerca de 4 horas. Também há autocarros diretos.
- Desde Marraquexe: mais longe (cerca de 8 horas de viagem). Ideal combinar com outras paragens.
💡 Dica: nós fizemos a viagem de Tânger por estrada, e a paisagem entre montanhas tornou o percurso ainda mais especial.
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Onde dormir na cidade azul?
Chefchaouen tem uma oferta charmosa e acessível de alojamento, especialmente nas riads (casas tradicionais). Aqui vão as nossas sugestões:
- Dar Baibou – riad acolhedor, bem no coração da medina. Quartos com detalhes típicos e pequeno-almoço incluído.
- Lina Ryad & Spa – uma opção com mais conforto, ideal para descansar com vista para as montanhas.
- Casa Perleta – ambiente familiar e decoração tradicional, muito elogiada por quem valoriza hospitalidade.
👉 Recomendamos sempre reservar com antecedência, sobretudo na primavera e outono.
O que ver e fazer em Chefchaouen?
Perder-se nas ruelas azuis
Sim, é um cliché, mas é mesmo o que se faz aqui — e com prazer. Cada esquina convida a fotografar, cada porta parece uma obra de arte. É uma cidade para caminhar devagar e olhar com atenção.
Praça Uta el-Hammam
É o centro da cidade, onde tudo converge. Há cafés com esplanadas, restaurantes e uma vista direta para a antiga kasbah.
Kasbah e museu etnográfico
Vale a pena visitar a kasbah, uma fortaleza do século XV com jardim interior e uma torre com vista para a medina. O pequeno museu dá contexto histórico à cidade.
Miradouro da Mesquita Espanhola
Um dos nossos momentos preferidos. A caminhada até à Mesquita Bouzafar, no alto de uma colina, é tranquila e compensa com uma vista deslumbrante sobre toda a cidade azul, especialmente ao pôr do sol.

Por que razão são azuis as casas de Chefchaouen?
É impossível caminhar pelas ruelas de Chefchaouen e não se perguntar: porquê tanto azul? A verdade é que não existe uma única resposta definitiva — existem várias teorias que se entrelaçam, tal como os tons que pintam esta cidade.
Uma das explicações mais difundidas é de origem religiosa e simbólica: a tradição judaica associa a cor azul ao céu e à presença divina. Durante o século XV, muitos judeus sefarditas expulsos da Península Ibérica refugiaram-se em Chefchaouen, e acredita-se que terão trazido consigo esse costume de pintar as casas de azul como forma de manter a espiritualidade sempre presente no quotidiano.
Outra versão diz que o azul afasta os mosquitos, pois supostamente lembra-lhes a água — e isso teria levado os habitantes a adotar essa prática de forma mais prática do que espiritual.
Há ainda quem diga que o azul serve para refrescar a cidade, já que reflete melhor a luz do sol, ajudando a manter os interiores mais frescos — especialmente nos meses mais quentes.
Seja qual for a origem, o certo é que o azul tornou-se a alma de Chefchaouen — e é impossível imaginar esta cidade com outra cor.
Gastronomia local: onde e o que comer
A comida em Chefchaouen é simples, mas cheia de sabor:
- Tagines de frango com limão e azeitonas
- Cuscuz às sextas-feiras
- Bissara, uma sopa de favas, típica da zona norte
Sugerimos dois sítios onde comemos muito bem:
- Restaurant Bab Ssour – pratos tradicionais num ambiente descontraído e autêntico.
- Casa Aladdin – mais turístico, mas com uma vista incrível e boa comida marroquina.
Dicas práticas para visitar
- Usa calçado confortável: a medina é feita de escadas e calçada irregular.
- Evita visitar no verão: o calor pode ser intenso. Primavera e outono são ideais.
- Traz dinheiro em espécie: muitos lugares não aceitam cartão.
- Respeita o espaço dos habitantes: nem tudo o que é bonito está lá para ser fotografado.

O que visitar perto de Chefchaouen?
Se tiveres mais tempo ou decidires alugar carro, há vários lugares interessantes para explorar nos arredores de Chefchaouen. A região do Rif é montanhosa, autêntica e pouco tocada pelo turismo de massas — ideal para quem gosta de natureza, tranquilidade e descobertas fora do óbvio.
Cascatas de Akchour
A cerca de 40 minutos de carro, estas cascatas ficam no Parque Nacional de Talassemtane. A caminhada até lá é um dos trilhos mais bonitos da zona: passas por pontes de pedra, formações rochosas e várias piscinas naturais onde podes mergulhar nos dias mais quentes. É um excelente passeio de meio dia ou dia inteiro.
💡 Leva calçado confortável e água — e, se fores fora do verão, verifica antes se há caudal suficiente.
Ponte de Deus (Pont de Dieu)
No mesmo vale das cascatas, há uma impressionante formação rochosa natural que parece uma ponte esculpida entre duas encostas. Um ótimo ponto para fotografar e respirar o ar puro da serra.
Tânger
Se ainda não conheces, Tânger fica a cerca de 2h30 de carro e pode ser uma boa paragem antes ou depois de Chefchaouen. Tem um lado cosmopolita, com influência europeia, e um lado mais tradicional, com mercados e ruelas antigas viradas para o mar.
Tetouan
A cidade branca do norte, a cerca de 1h30 de distância, é conhecida pela sua medina declarada Património Mundial da UNESCO. É mais autêntica e menos turística do que outras cidades marroquinas, ideal para passear sem pressas.

Como gerimos o dinheiro durante a viagem?
Uma das decisões mais práticas que tomámos antes de viajar foi levar connosco o Revolut. Evitámos taxas abusivas, controlámos os gastos em tempo real e fizemos levantamentos e pagamentos em dirhams sem complicações.
👉 Se ainda não usas, vale a pena experimentar o Revolut — especialmente para viagens. Podes carregar em euros e converter para a moeda local com taxas muito mais justas do que nos bancos tradicionais. Além disso, é fácil de bloquear e desbloquear, o que dá sempre alguma segurança extra.
Dica: usa o Revolut para os pagamentos diários e guarda o dinheiro físico para os pequenos gastos em mercados ou cafés mais tradicionais.
E como ficamos ligados?
Durante a nossa viagem por Marrocos, uma das preocupações foi manter ligação à internet — não só para navegar, mas também para partilhar a viagem e comunicar facilmente.
👉 Recomendamos o uso de um eSIM da Holafly. É prático, funciona logo à chegada e evita aquela confusão de procurar cartões SIM locais. Basta instalar o eSIM no telemóvel antes de viajar e estás pronto para começar a partilhar fotos das portas azuis de Chefchaouen logo no primeiro minuto.
Dica: escolhe o plano de dados ilimitados para não teres de te preocupar com o consumo — sobretudo se fores fã de mapas, Instagram ou chamadas por WhatsApp.



