Conheces estas 5 aldeias do norte de Portugal?
O norte de Portugal surpreende-nos sempre. Entre montanhas, vales, rios e tradições que resistem ao tempo, há aldeias que nos tocam de forma especial — pelo ambiente, pelas histórias, pela forma como nos fazem sentir em casa. Já andámos por muitos desses recantos e, neste artigo, queremos partilhar contigo 5 aldeias que nos encantam e que achamos que toda a gente devia conhecer.
Este não é um ranking, nem uma lista fechada — é apenas um convite para saíres da rotina e descobrires alguns lugares onde a simplicidade é rainha. Vem connosco até Rio de Onor, Sistelo, Quintandona, Lindoso e Castro Laboreiro — cada uma com o seu ritmo, os seus sabores e a sua beleza muito própria.
Prepara a mochila, porque o norte está cheio de caminhos que vale a pena seguir.
Índice
Quintandona – Penafiel
Quintandona pertence ao concelho de Penafiel e localiza-se a cerca de 30 km do Porto. Vestida de xisto e de granito amarelo, com apontamentos em lousa, esta aldeia possui uma personalidade muito própria, dando-lhe ainda mais encanto o facto de estar próxima a centros urbanos. A aldeia destaca-se também pela beleza da sua paisagem rural, porém, para a apreciares na totalidade deverás percorrer o trajeto até ao Monte da Pegadinha, um miradouro de cortar a respiração. No caminho, desfruta do silêncio e observa os lavadouros tradicionais e a capela com mais de 200 anos.
A melhor altura para visitares Quintandona é no terceiro fim de semana de setembro, uma vez que é nessa data que se comemora a famosa Festa do Caldo. Lá poderás saborear os caldos tradicionais que, outrora, eram a base da alimentação da população rural. Para terminares a visita em grande, prova o “Mijo de Jebo”, uma mistura de aguardente com especiarias.
Onde dormir? Fica na Casa Valxisto, em Penafiel — um alojamento de charme no meio da natureza, perfeito para quem quer desligar e respirar fundo entre vinhas e oliveiras.
Lindoso – Ponte da Barca
Lindoso situa-se no concelho de Ponte da Barca e faz parte do Parque Nacional da Peneda Gerês. O conjunto de cerca de 50 espigueiros comunitários protegidos pelo seu imponente castelo, atraem anualmente muitos turistas à aldeia. Aqui poderás percorrer alguns trilhos pedestres como, por exemplo, o Trilho da Água. Podes visitar também o interior do castelo e o seu núcleo museológico, explorar o centro da aldeia e apreciar o seu património edificado. Além disso, podes também visitar a barragem do Alto Lindoso.
Se tiveres oportunidade experimenta algumas iguarias da gastronomia da região, tais como, papas de sarrabulho, rojões à moda do Minho, posta barrosã e o famoso vinho verde.
Onde dormir? Reserva na Casa João Rodas— um espaço simples e confortável, ideal como base para explorar Sistelo e o Alto Minho.
Sistelo – Arcos de Valdevez
Sistelo impressiona logo pelos seus socalcos, moldados ao longo de gerações para cultivar milho e alimentar o gado. É incrível ver como a paisagem se adapta à vida rural — tudo em harmonia com a natureza. Situada dentro do Parque Nacional da Peneda-Gerês, tal como Lindoso, esta aldeia respira autenticidade em cada curva do caminho.
Se gostas de caminhar, vais adorar os trilhos bem marcados da região. Um dos nossos preferidos é o Trilho das Brandas de Sistelo — são cerca de 10 km com passagem pelas brandas do Rio Covo, do Alhal e da Cerradinha, zonas de altitude onde os pastores passavam o verão com os rebanhos. É daqueles percursos que se fazem com calma, entre sons de água e vento, e com paragens para fotografar sem culpa.
A própria aldeia também merece tempo. Ao passear pelas ruas estreitas, vais encontrar casas de granito com portas pintadas, espigueiros bem alinhados e os lavadouros públicos onde ainda ecoam histórias de outros tempos. Há também alguns pontos de interesse como a igreja paroquial, a ponte de pedra, o pequeno castelo, a Casa do Visconde de Sistelo — e, claro, o imperdível Miradouro dos Socalcos, com uma vista que nos faz entender porque é que este lugar ficou no mapa.
Onde dormir? Fica na Casa do Avô, mesmo no centro de Sistelo — acolhedora, com vista para os socalcos e perfeita para descansar depois dos trilhos.
Rio de Onor – Bragança
Rio de Onor é uma aldeia comunitária e pertence ao concelho de Bragança. Está inserida no Parque Nacional do Montesinho e faz fronteira com a sua homónima espanhola Riohonor. A aldeia é atravessada pelo rio Onor e possui uma particularidade interessante: é regida por chefia, língua e regras próprias. Encontra-se bem preservada, sendo as suas casas de xisto com varandas compridas e vistosas, uma atração para os visitantes. Perde-te pelas suas pequenas ruas e contempla a Ponte Romana, a Igreja Matriz, o forno, a forja e os moinhos comunitários. No verão poderás desfrutar da praia fluvial com águas bastante límpidas mas, caso decidas ir no inverno, o mais provável é encontrares o rio congelado, dado às baixas temperaturas que se costumam registar nessa zona.
Onde dormir? Dorme no Ninho do Melro, em Rio de Onor — um refúgio tranquilo, ideal para desconectar e explorar esta aldeia raiana cheia de tradição.
Castro Laboreiro – Melgaço
Castro Laboreiro é uma aldeia que pertence a Melgaço mas está localizada no PNPG a mais de 1000 metros altitude. É cruzada pelo Rio Laboreiro, cuja travessia é feita por baixo de algumas pontes das épocas medievais e romanas. Castro de Laboreiro possui um dos mais ricos patrimónios pré-históricos do país que reúne pinturas e gravuras ruprestes, Dolmenes e Cistas.
Destacam-se as próprias construções castrejas existentes na aldeia, assim como o seu castelo. Apesar do trajeto não ser fácil, a antiga fortificação medieval merece uma visita pois, além de poderes observar restos das muralhas, a torre de menagem e uma velha cisterna, poderás desfrutar das mais belas vistas que Melgaço possui. Visita também o Núcleo Museológico de Castro Laboreiro para ficares a conhecer os costumes e hábitos da população local.
Onde dormir? Dorme na Casa Fonte do Laboreiro — um alojamento típico no coração da serra, ideal para explorar os trilhos e a paisagem granítica do Parque Nacional da Peneda-Gerês.
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